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Dor na panturrilha: entenda quando ela significa problemas circulatórios
01/09/2016
Muitas vezes há uma deficiência circulatória que impede o músculo de receber os nutrientes necessários para trabalhar
Todo mundo um dia lembra que tem pernas. Esta lembrança pode acontecer devido à sensação de peso, cansaço, dormência, fisgada, pontada, formigamento ou dor. Em algumas situações esse incômodo pode ser decorrente de problemas ortopédicos locais, como joelho, articulações em geral ou mesmo uma dor irradiada da coluna. A circulação também é causa frequente de sintomas nas pernas.
Só para nós lembrarmos, o sangue que sai do coração leva oxigênio e nutrientes até os pés e volta pelas veias trazendo um sangue com pouco oxigênio e impurezas que serão levados aos pulmões para serem recarregados de oxigênio e novamente bombeados pelo coração.
Quando precisamos nos movimentar, usamos oxigênio e nutrientes (como a glicose), que vão nos dar energia para promover a contração do músculo e o movimento. Quando andamos, precisamos desse sangue arterial para levar energia para os músculos.
Mas, se no momento em que estamos andando, se sentimos uma dor na panturrilha que nos impede de andar e temos que parar por alguns momentos, pode ser algum problema de circulação, que não leva a quantidade de oxigênio e nutrientes necessário ao músculo e ele se manifesta doendo. A dor da falta de circulação tem esta característica: anda - dói - para - anda. O fato de pararmos por alguns momentos permite que a circulação leve mais sangue ao músculo e a dor melhore, fazendo com que possamos andar novamente. Chamamos este sintoma de claudicação intermitente. Esta dor piora nas subidas, quando corremos ou fazemos esforços físicos maiores, pois nesses casos precisamos de mais sangue para o músculo trabalhar com mais intensidade.
Por que isso ocorre? As artérias são como avenidas que levam um fluxo de carros até um determinado lugar. Imagine que cada carro é uma célula de sangue e estamos em uma grande avenida. Se os carros começam a estacionar junto ao passeio, já piora o fluxo de veículos. Se estacionam em fila dupla, piora muito mais. Então, teremos uma dificuldade para o fluxo de veículos passar. Na circulação arterial, ocorre o acúmulo de gorduras (colesterol e triglicérides) na parede do vaso ao longo dos anos. São como carros estacionados. Essas gorduras vão se acumulando e aumentando, levando ao endurecimento do vaso e seu estreitamento e uma dificuldade de o fluxo sanguíneo passar e poder levar nutrientes aos músculos.
Os fatores mais importantes para o acúmulo dessas gorduras na parede das artérias são: comidas gordurosas de origem animal e frituras que contém colesterol em excesso; açúcares que também aumentam os triglicérides; tabagismo, pois o cigarro faz a parede contrair e machucar, levando a acumular mais gordura; estresse crônico; sedentarismo, pois, se não exigimos trabalho muscular e não damos estímulo às artérias, elas também vão acumular mais gorduras; o diabetes, que é um fator importante para piorar a circulação das extremidades; e hipertensão.
A gordura na parede arterial vai dificultando o fluxo sanguíneo, provocando estreitamento e levando à obstrução. Se essa obstrução continua, a dificuldade de circulação é cada vez maior, levando a dor com menos esforços até chegar a um ponto que começa a doer em repouso, quando a circulação não é suficiente para manter o metabolismo básico. Nesses casos podemos até perder o membro acometido por completa falta de circulação.
O que fazer, então? A primeira atitude é a prevenção. Outras dicas:
• Parar de fumar
• Evitar comer comidas gordurosas, principalmente de origem animal, e frituras
• Praticar atividade física regular que inclua caminhada de pelo menos 150 minutos por semana
• Lidar bem com o estresse
• Fazer exames regulares de glicose, colesterol e triglicérides no sangue analisados pelo seu médico
• Controlar o diabetes e a hipertensão arterial
• Ficar atento aos primeiros sinais de dor na panturrilha que dificulta o caminhar e intensifica nas subidas ou com esforço e piora no frio.
Finalmente, se você tem sintomas como os descritos acima, fique tranquilo, pois atualmente temos muitas possibilidades de tratamento clínico e cirúrgico. Na dúvida, procure um angiologista!
Fonte: Minha Vida
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