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Aftas: como tratar esse problema


04/10/2016


Veja o que fazer e o que evitar para aliviar o incômodo que a afta pode causar

Aftas são feridas na boca que costumam ser esbranquiçadas e bastante doloridas. Elas podem aparecer na bochecha, língua, gengiva e até no céu da boca. Às vezes, inclusive, atrapalham a alimentação por causa da dor e desconforto que provocam.

O mecanismo que causa a afta ainda não está completamente esclarecido, mas "alguns fatores importantes que podem desencadear o seu aparecimento são: traumas como mordidas, alguns alimentos (como os mais ácidos) e o estresse", explica a dentista Maria Angela Martins Mimura (SP-CD-55974), integrante da equipe de estomatologia do departamento de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"A afta está relacionada a uma maior predisposição da pessoa a ter o problema, e cerca de 50% da população brasileira tem esta tendência", afirma Alberto Consolaro (SP-CD-20875), membro da Associação Brasileira de Odontologia.

As aftas podem ser de diversos tamanhos e aparecerem várias ao mesmo tempo ou uma de cada vez. Em todos estes casos, é importante buscar orientação do dentista.

Normalmente, elas costumam ter duração aproximada de uma a duas semanas, mas é possível diminuir o desconforto que as aftas provocam e, em alguns casos, até fazer com que desapareçam mais rápido com alguns cuidados.


Veja abaixo o que fazer para amenizar o incômodo das aftas:


• Alimentação

Não há uma contraindicação absoluta do que se deve ou não comer quando se está com afta. Contudo, "é bom evitar alimentos quentes, ácidos e condimentados, pois podem provocar uma irritação no local", afirma Marcio Lopes (SP-CD-44046), professor titular da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas.

Então, alimentos muito temperados, com pimenta, muito quentes e os mais ácidos, como laranja, limão e abacaxi, devem ser evitados para não aumentar a dor.

Já comidas mais pastosas e frias, como os iogurtes, costumam não provocar incômodos e podem ser opções melhores nestas situações.


• Nada de sal

Colocar sal em cima da afta, por mais que seja uma receita antiga, pode não ser uma boa ideia. Não há consenso se ele realmente faria a afta melhorar mais rápido.

"Por mais que a salmoura, normalmente, seja usada para diminuir a inflamação, como o sal vai provocar ardência, não é aconselhável", orienta Lopes.


• Remédios, pomadas e bochecho

Existem pomadas com propriedades antissépticas, anti-inflamatórias e até cicatrizantes que podem ajudar a diminuir o tamanho da afta mais rapidamente.

"O dentista também pode indicar um tratamento com corticoide, bochechos com analgésicos, antissépticos e até algum anestésico associado, mas depende do quadro de cada paciente", diz Lopes.

A dica da estomatologista Maria Angela, justamente para evitar complicações e que a afta demore mais a desaparecer, é evitar as receitas de amigos e familiares. Só o especialista vai poder dizer o que é melhor para cada pessoa.


• Ponto de atenção

Mas é preciso ficar atento para não ignorar alguma situação mais séria. "Se uma afta persiste por mais de duas semanas ou se você tem uma ferida, mas ela não dói, é importante procurar um dentista, pois há o risco de ser sintoma de outras condições de saúde", enfatiza Marcio Lopes.

Entre as doenças que podem se apresentar com feridas parecidas com aftas na boca estão as dermatológicas (como líquen plano e pênfigo vulgar), Doença de Crohn, Síndrome de Behçet, lesões pré-cancerígenas, câncer de boca, leucemia e outras.

Nestes casos, o mais importante é diagnosticar e tratar o problema o quanto antes, o que melhora a resposta do paciente ao tratamento e o seu prognóstico.


Fonte: Minha Vida



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