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Febre amarela: Como proteger bebês? O que é dose fracionada?
10/01/2018
Com novos casos registrados esse ano, e as mortes em São Paulo, novidades em relação à febre amarela ocuparam o noticiário nos últimos dias.
A principal delas foi a adoção da dose fracionada nos estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro -- em que uma dose antes destinada a uma pessoa será dividida e aplicada a pelo menos quatro.
Não há motivos para alarde, mas o Ministério da Saúde está adotando ações preventivas e aumentando os municípios que receberão a vacina, já que grande parte da população não está imunizada.
A vacinação era mais comum em regiões de risco, como a Norte. Com a chegada do vírus em áreas antes não afetadas, como o Sudeste, a vacinação de urgência se fez necessária e dúvidas sobre esse novo cenário podem surgir: como a proteção naqueles que não podem tomar o imunizante e a eficácia da dose dividida.
Para esclarecer algumas questões, o G1 consultou a Fiocruz, o Ministério da Saúde e os infectologistas Marcos Boulos, coordenador de doenças do estado de São Paulo, Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arbovirose. Confira abaixo.
Onde a vacina está disponível?
Apesar dos novos casos, a forma circulante da febre amarela é a silvestre (originária de matas) e, por isso, o Ministério da Saúde está fazendo campanhas de vacinação apenas em regiões de risco.
Com novos casos e mortes, no entanto, o imunizante está sendo ofertado em novos municípios; e, em alguns lugares, como em São Paulo, a vacina será ofertada em todo o estado.
Confira a lista de municípios atualizada até dezembro de 2017 e a lista dos municípios que receberá a dose fracionada, conforme divulgado na terça-feira (9).
Quem pode tomar a vacina?
Crianças a partir de nove meses e adultos até 59 anos.
Quem pode tomar com restrições
Pessoas acima de 60 anos e gestantes só devem receber o imunizante se não apresentarem nenhuma contraindicação e estiverem muito próximos a locais com casos relatados.
Indivíduos com HIV/Aids também podem desde que não apresentem imunodeficiência grave. Para isso, deve ser feito exame para contagem de CD4 (células de defesa), informa a Fiocruz.
Mulheres que estão amamentando devem suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação.
Quem não pode tomar a vacina, mesmo estando em regiões de risco?
rianças menores de nove meses. Pessoas com câncer, indivíduos que passaram por transplante e pessoas com alergia grave ao ovo. Todos com deficiência no sistema imune também devem consultar um médico.
Como proteger bebês com menos de nove meses e pessoas que não podem tomar a vacina?
Nesses casos, devem ser utilizados métodos para evitar picadas de mosquitos e, no caso de viagem para área de risco, analisar a possibilidade de adiamento.
Para quem mora em região de risco, o uso de repelentes, telas de mosquito, blusas de manga comprida e calças, além da manutenção de portas e janelas fechadas podem ajudar a evitar a exposição.
Vale lembrar que o repelente é contraindicado para crianças menores de seis meses, que devem ser mantidas todo o tempo em ambientes protegidos por telas e mosquiteiros em regiões de risco, informa o Ministério da Saúde.
O que é dose fracionada?
Na terça-feira (9), o Ministério da Saúde divulgou que os estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo vão adotar a dose fracionada da vacina da febre amarela.
Trata-se da divisão da dose antes aplicada: a dose padrão contém 0,5 ml e a versão dividida passa a ter 0,1 ml.
Com isso, uma vacina que antes era destinada para uma pessoa pode ser aplicada em quatro indivíduos – podendo chegar a cinco.
A dose fracionada protege da mesma forma que a padrão?
Estudos da Fiocruz demonstraram que 0,1 ml da vacina (dose fracionada) garante imunidade contra a febre amarela por oito anos.
O período corresponde ao tempo de acompanhamento de pessoas que receberam a vacina em estudo. Com o passar dos anos, pode ser que a vacina tenha um período maior de eficácia.
Quanto à dose padrão, já se sabe que uma única dose protege para a vida inteira.
Por esse motivo, o Ministério da Saúde não descarta que aqueles que receberam a dose fracionada tenham que voltar para um reforço, mas isso vai depender de estudos a longo prazo.
Fonte: G1 Globo
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