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Lúpus: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamentos
11/05/2018
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença crônica que, às vezes, tem um diagnóstico demorado. Disciplina é fundamental no tratamento, tanto na mudança de hábitos como com a medicação.
O que é o lúpus
O Lúpus é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune (quando o sistema imunológico ataca o próprio organismo). De acordo com o reumatologista da UERJ Evandro Mendes Klumb, o lúpus é uma doença do desequilíbrio. O conjunto das alterações ambientais, com fatores genéticos e hormonais, desequilibram o organismo, que passa a apresentar alterações imunológicas.
A principal é a produção desregulada de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos, como pele, mucosas, pulmões, articulações e rins.
As causas do lúpus
Não existe uma causa estabelecida e não existem maneiras conhecidas de impedir o aparecimento da doença. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais contribuem para seu desenvolvimento.
Tipos de lúpus
O lúpus tem dois tipos: cutâneo (manchas na pele) e sistêmico (atinge um ou mais órgãos).
Sintomas do lúpus e sinais de alerta
Os sintomas podem variar, mas é comum que o paciente apresente cansaço, febre baixa, emagrecimento e perda de apetite. Também pode haver inchaço dos gânglios.
A doença provoca uma inflamação nos vasos sanguíneos, e como eles estão por toda parte do corpo, pode disseminar para qualquer lugar do organismo, tendo consequências mais sérias quando atinge os rins e o sistema neurológico.
SÃO SINAIS DE ALERTA:
• Dor articular
• Cansaço desproporcional e sem explicação
manchas na pele
• Queda de cabelo (porque o folículo fica inflamado)
• Dor para respirar, parece uma dor muscular, mas não vai embora
• Febre
Esses sintomas não precisam se manifestar ao mesmo tempo. Outros sintomas são: emagrecimento, anemia, perda de apetite, desânimo e fraqueza.
Também pode ocorrer mudanças no corpo:
• Lesões na pele (80% dos casos): a mais característica é a borboleta
• Dores com ou sem inchaço nas articulações das mãos, punhos, joelhos e pés
• Inflamação das membranas que recobrem o pulmão e coração (pode não ter sintoma ou apresentar dor no peito, tosse seca e falta de ar)
• Inflamação nos rins (nefrite)
Diagnóstico
Geralmente, são 18 meses entre o aparecimento do primeiro sintoma e diagnóstico de lúpus. Não existe um exame único que afirme a presença da doença. É uma junção de fatores. Exames e sintomas clínicos do paciente são analisados para fechar diagnóstico.
O lúpus é uma doença grave?
O lúpus grave ou agudo atinge menos de 20% dos portadores da doença. Mais de 90% dos pacientes que tratam o lúpus e levam as orientações médicas a sério respondem bem ao tratamento e quase não sofrem com os sintomas da doença.
O tempo médio de tratamento é de cinco anos e há casos de pessoas que, depois de tratadas, não voltam a manifestar a doença.
Tratamento
O tratamento depende do tipo de manifestação da doença. O tratamento inclui remédios para regular as alterações imunológicas e medicamentos para tratar outras alterações decorrentes da doença, como hipertensão, febre, dor, entre outras.
Para tratar as alterações imunológicas, são usados medicamentos como corticóides, antimaláricos e imunossupressores. Outros sintomas podem ser tratados com analgésicos ou anti-inflamatórios. Os pacientes devem evitar exposição ao sol, que pode desencadear uma reação imunológica nos pacientes.
Cuidados básicos
A doença não tem cura, mas pode ser controlada com remédios e alguns cuidados básicos, como:
• Protetor solar;
• Alimentação saudável e equilibrada;
evitar condições que provoquem estresse;
• Medidas de higiene;
• Suspensão do uso de anticoncepcional com estrogênio;
• Não fumar e não abusar do álcool;
• Praticar atividade física.
Tipos de medicamento
As medicações para o lúpus se dividem em três categorias, organizadas como uma pirâmide. A base é composta por hidroxicloroquina, substância adotada, praticamente, em todos os tratamentos. No meio estão os corticoides e imunossupressores, usados em momentos de crises. No topo ficam os remédios para manifestações específicas, de acordo com o órgão afetado pela doença.
A vantagem é que a gente começa a ter um arsenal terapêutico muito mais importante para lidar com a manifestação. Se eu tenho uma doença que é extremamente heterogênea, se ela se apresenta de diversas formas, eu posso atuar nela também de diversas formas, explica o reumatologista do laboratório de lúpus da UNIFESP Edgard Reis.
Para o lúpus ficar controlado, só a medicação não basta. É fundamental fazer atividade física, de acordo com a capacidade do corpo, manter uma alimentação saudável e sempre se proteger do sol. Também é importante fazer acompanhamento médico com regularidade, porque, mesmo com os cuidados, a doença pode despertar e apresentar sinais diferentes a cada crise.
Quem é afetado pelo Lúpus
O lúpus atinge 9 mulheres para cada homem, normalmente entre 20 e 45 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que, no Brasil, existem cerca de 100 mil pessoas com lúpus.
Fonte:G1 Globo
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