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Risco de infarto cresce 60% com ansiedade e depressão
15/10/2012
Problemas cardíacos são responsáveis por 30% das mortes no Brasil. Considerada fator de risco para desenvolvimento de doença cardíaca, depressão será a doença mais comum em 2030, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo e obesidade são alguns dos mais conhecidos e explorados fatores de risco para o desenvolvimento de problemas cardíacos, que são responsáveis por 30% das mortes por ano no Brasil, mas a ansiedade e a depressão também precisam ser controlados para manter um coração saudável.
De acordo com o InterHeart, estudo que envolveu 52 países e teve como objetivo avaliar de forma sistematizada a importância dos fatores de risco para doença arterial coronariana, revelou que fatores psicossociais, como estresse e depressão, aumentam o risco de infarto em 60%.
"A depressão e a ansiedade não eram tratadas como coadjuvantes das doenças coronárias, porém hoje são tratados como marcadores de risco isolados e merecem atenção especial, pois podem ser confundidos com outras crises, como tristeza e melancolia", diz o cardiologista do Hospital do Coração, responsável pelo Programa de Cuidados Clínicos no Infarto do Miocárdio e membro do Comitê Diretivo do estudo, Leopoldo Piegas.
Após a avaliação de 30 mil pacientes que participaram do estudo, os pesquisadores concluíram que a depressão reduz o calibre dos vasos sanguíneos e eleva a pressão arterial. Já a ansiedade e estresse aumentam a produção de substâncias inflamatórias relacionadas a aterosclerose coronária.
Os impactos da depressão no sistema cardiovascular também são causados devido as alterações comportamentais que a doença causa. "A pessoa em depressão ou alto índice de ansiedade são mais propensas a consumirem bebidas alcoólicas, cigarros, além de outros hábitos que favorecem o surgimento de doenças cardíacas", explica Piegas.
Outro fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares é o estresse, que está ligado diretamente a ansiedade e depressão. Pesquisa realizada pelo setor de psicologia do HCor com executivos que realizam check-up na instituição, revelou que 50% dos executivos com idade média de 40 anos sofrem de estresse.
Das 234 pessoas avaliadas, 79% são do sexo masculino e 21% do sexo feminino, sendo que 37% ocupam cargos de gerência, 20% cargos de analistas, 8% são engenheiros e 35% outras profissões. Dos sintomas provenientes do estresse destaca-se a ansiedade, com 75% e a irritabilidade com 51%.
"Os fatores relacionados ao estresse estão presentes no relacionamento familiar, tempo reduzido para o lazer, sedentarismo, insônia e oscilações de humor. Além disso, características de personalidade, como, perfeccionismo, elevada autoexigência, ansiedade e ligação com o trabalho interferem na intensidade do estresse", explica a chefe do Serviço de Psicologia d o hospital Silvia Cury.
Fonte: exame.abril.com.br
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