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Proteja-se do ar-condicionado
08/01/2013
Frio demais no trabalho afeta a imunidade. Mas é possível transformar a climatização numa parceira da saúde
Não se pode negar que o ar-condicionado proporciona conforto à rotina de trabalho. Ele protege o organismo dos dias de calor excessivo e ainda impede que o clima quente danifique equipamentos eletrônicos. O problema é que a climatização incide de forma diferente pelo ambiente, fazendo que os muitos funcionários não consigam chegar a um acordo sobre a temperatura ideal. Só que a regra é clara: quanto mais frio estiver o escritório, mais danos à saúde. "A mudança brusca de temperatura pode gerar uma breve disfunção nas mucosas do corpo, uma vez que as células desses revestimentos estão acostumadas a trabalhar numa temperatura constante. Esta disfunção leva à alteração na imunidade local e facilita o surgimento de infecções virais e bacterianas", fala João Adriano de Barros, pneumologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba (PR). Para evitar complicações, o limite de temperatura ideal é 20°C.
Gripe compartilhada
Quem tem uma saúde de ferro corre menor risco de terminar o expediente doente. Mas quando associado a fatores como doenças crônicas, tabagismo ou outra enfermidade, o ar-condicionado faz que as defesas do corpo despenquem. Além disso, é contraindicado sentar em um lugar onde haja incidência direta do frio sobre o corpo, pois "pode haver um resfriamento excessivo do organismo", orienta Barros. Outro problemão é que salas climatizadas são sinônimos de janelas fechadas, e o aparelho dificilmente consegue renovar o ar adequadamente. Resultado: a gripe de um único funcionário pode infectar um prédio inteiro. "O mesmo vale para o pó. Quando o ar passa por uma tubulação, a reforma de um andar pode ser sentida no outro", completa Gilberto Ulson Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista (SP). O pó desencadeia rinite alérgica, que provoca uma inflamação autoimune nas cavidades nasais.
Igualdade de gênero no escritório
Uma reclamação comum nas empresas é que as mulheres sentem mais frio do que os homens. Mas a temperatura corporal não varia de acordo com o sexo, garantem os especialistas. As diferenças de temperatura corporal são individuais e de acordo com cada centro térmico, reforça João Adriano de Barros, pneumologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba (PR). O que pode acontecer é a mulher sentir mais dor em fases pontuais do seu ciclo menstrual, como durante a ovulação e menopausa.
Viveiro de doenças
Se o projeto de climatização for recente, não há com o que se preocupar em termos de higiene. Hoje, os filtros de ar são descartáveis, sendo indicada a limpeza das serpentinas e das bandejas de condensação. "A troca do filtro deve ser feita antes de sua obstrução, cerca de 90 dias para empresas e 200 dias nas residências", diz Wadi Tadeu Neaime, da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento Solar (Abrava).
Prédios antigos sofrem com a "Síndrome do Edifício Doente": o ar passa por tubulações de difícil manutenção. O acúmulo de impurezas faz que o local se torne um viveiro de fungos, protozoários, ácaros e bactérias. O termo foi cunhado em 1982, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou 182 casos de pneumonia num hotel da Filadélfia (EUA). Entre hóspedes e funcionários, somaram-se 29 mortes. "No caso do ar ser distribuído por dutos, recomendam-se avaliações microbiológicas periódicas para determinar se há necessidade de limpeza especializada", esclarece Neaime.
Fonte: Revista Saúde
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