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Estimulação nervosa pode prevenir enxaqueca
18/02/2013
Estudo de equipe belga mostra que pacientes que receberam estímulos nervosos diariamente tiveram queda no número de dias com o problema
Um dispositivo de estímulo nervoso usado na testa pode reduzir o número de crises de enxaqueca. É o que indica um estudo publicado no Neurology, um periódico da Academia Americana de Neurologia. Segundo a pesquisa, o uso do estimulante por apenas 20 minutos ao dia conseguiu reduzir em cerca de 30% a recorrência das dores, sem os efeitos adversos comuns dos medicamentos para a doença.
A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça latejante, de moderada a intensa. Normalmente, a dor se restringe a apenas um lado da cabeça e piora com esforço físico, luz, ruídos e odores. A condição está associada ainda com o aparecimento de náuseas e vômitos. Apesar de não ter suas causas completamente conhecidas pela medicina, já se sabe que a enxaqueca afeta três vezes mais mulheres do que homens.
Pesquisa — O dispositivo usado no estudo foi colocado na testa dos pacientes, e emitia estímulos ao nervo supraorbital (localizado próximo às sobrancelhas). Os 67 voluntários que participaram do estudo tinham, em média, quatro ataques de enxaqueca por mês (com duração variada de dias) e foram acompanhados por um mês sem tratamento. Em seguida, eles foram divididos em dois grupos. Metade recebeu o estímulo durante 20 minutos por dia por três meses. A outra metade recebeu, no mesmo período, um estímulo falso — os níveis eram muito baixos para terem algum efeito.
Entre as pessoas que receberam o estímulo real, foi observada uma redução no número de dias com enxaqueca no terceiro mês do tratamento, quando comparado ao primeiro mês sem terapia. O número de dias caiu de 6,9 para 4,8 por mês. Esse número não teve alteração para aqueles com o tratamento falso. Não foram vistos ainda efeitos adversos do estímulo.
“Esses resultados são animadores, porque são similares àqueles dos medicamentos que são usados para prevenir as enxaquecas. Frequentemente, esses remédios têm muitos efeitos adversos, que costumam ser ruins o bastante para que as pessoas decidam não tomá-los”, diz Jean Schoenen, médico da Universidade Liège, da Bélgica, e membro da Academia Americana de Neurologia.
Fonte: Veja Saúde
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