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Autismo: pesquisador lista 10 coisas que você precisa saber


23/01/2014





Autista, a personagem Linda (Bruna Linzmeyer), da novela Amor à Vida, tem chamado a atenção para uma síndrome que deve atingir cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, mas ainda é pouco compreendida. O próprio folhetim da TV Globo levanta a discussão da falta de informação que ronda o transtorno.

O autismo "aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino", segundo definição da Associação Americana de Autismo (ASA).

Para tirar algumas dúvidas sobre o assunto, o psicólogo Celso Goyos, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e presidente do periódico IJOBAS (International Journal of Behavior Analysis Applied to Autism), listou 10 fatos importantes sobre o transtorno. Confira abaixo.


10 fatos importantes sobre o autismo

1) O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo afeta aproximadamente uma em cada 88 crianças, segundo cálculos recentes do Center for Desease Control (CDC), dos EUA. Esta incidência é altíssima e representa número maior de casos do que aqueles de HIV positivo, câncer e diabetes infantil somados. O crescente aumento da incidência não se deve a qualquer epidemia, mas sim às especificações mais detalhadas dos sinais da síndrome, à sua divulgação, e à capacitação dos profissionais responsáveis para reconhecê-los. Embora não haja cálculos estatísticos para o Brasil, é razoável supor que a incidência seja muito próxima da internacional.

2) Apesar das importantes pesquisas desenvolvidas na áreas de genética e medicina, não há até o momento indicação de causa especifica para o autismo, e tampouco cura.

3) O tratamento mais indicado para os sinais do autismo, de acordo com evidências experimentais rigorosas, é aquele que tem como base os princípios, procedimentos e técnicas derivadas da ciência conhecida como Análise do Comportamento. Esse tratamento tornou-se conhecido como “intervenções ABA” (e a sigla ABA vem das iniciais em inglês para Applied Behavior Analysis).

4) Embora o diagnóstico seja importante, e os pais devam persistir em obtê-lo, o início das intervenções comportamentais não precisa necessariamente aguardar esse diagnóstico, que pode demorar meses ou até anos para ser concluído. Durante este período existe a mais absoluta e angustiante incerteza sobre a vida da criança, dos pais, e da família e, principalmente, o atraso no desenvolvimento da criança, que pode ser irrecuperável.

5) Entre as áreas afetadas em indivíduos com TEA há problemas no desenvolvimento da linguagem, que se manifesta com atraso, ou com grandes deficiências, tais como déficits na fala e/ou na sua compreensão, fala repetitiva (ecolalia) e discurso fora de contexto.

6) Sobre o envolvimento social, ele se manifesta pela ausência do contato com outras pessoas, mesmo do contato visual e físico – a criança não busca nem reage a contatos com outras pessoas – ou do consequente isolamento social. A criança nem mesmo brinca de maneira funcional.

7) A criança com TEA exige, em grande parte dos casos, atenção e cuidados intensos continuadamente em 100% do seu estado de vigília, pelo menos em um período significativo de suas vidas. Pela intensidade da atenção necessária, muitas vezes os próprios pais se dedicam ao trabalho de cuidadores, e isso pode significar o abandono do emprego, o que impacta o nível sócio econômico da família. Um agravante é o fato de os pais nem sempre terem o preparo adequado e necessário para tal responsabilidade.

8) Há ainda excesso de comportamentos repetitivos, não-funcionais, estereotipados – tais como movimentos com as mãos e braços, ou movimentos pendulares do tronco – ou mesmo autolesivos.

9) As intervenções ABA são especialmente eficazes se:
- forem aplicadas imediatamente após os primeiros sinais e as primeiras suspeitas de diagnóstico;
- acontecerem de maneira intensiva, entre 20 a 40 horas por semana;
- sejam planejadas para um período mínimo entre dois a três anos.

10) Em geral a família de uma criança com TEA não sabe a quem recorrer diante das primeiras dificuldades em interagir com o transtorno. Uma das medidas mais importantes na atuação com o autismo é a capacitação dos profissionais que têm contato direto com esta população - psicólogos, terapeutas, médicos, professores, pais e demais cuidadores - para identificarem os sinais do transtorno e realizarem intervenções baseadas na terapia ABA


Fonte: Saúde Terra



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