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Britânico curado do ebola volta à África e coloca imunidade à prova
21/10/2014
Acredita-se que sobreviventes desenvolvam anticorpos que os protegem, mas não está claro se estão livres de contrair outra vez o ebola, nem o quanto essa imunidade duraria
O enfermeiro britânico William Pooley, que contraiu ebola em Serra Leoa durante um período como enfermeiro voluntário e se recuperou, acaba de regressar ao país – um dos epicentros da epidemia no oeste da África – para retomar seu trabalho. Pooley disse que há uma "emergência real" em Serra Leoa e está "muito feliz" em voltar a trabalhar no combate à doença.
A atitude de Pooley levanta a questão da aparente imunidade de pacientes que conseguiram se recuperar do ebola: acredita-se que eles tenham desenvolvido anticorpos que podem protegê-los de contrair a doença novamente. Mas não está claro se eles estão completamente livres do risco de contrair novamente a mesma variação de ebola, nem o quanto essa imunidade duraria.
Ainda assim, Pooley diz que seu trabalho é "muitíssimo mais seguro" do que era antes de ele ter contraído a doença. "Tenho imunidade, não sabemos ao certo até quando. Mas foi uma decisão fácil para mim (decidir voltar ao país)", disse à BBC antes de viajar a Serra Leoa.
"As equipes (da África Ocidental) precisam de todo o apoio que pudermos dar", declarou Pooley. "Quero voltar para lá e fazer tudo o que puder para prevenir o máximo de mortes desnecessárias que puder."
Ele reiniciou seus trabalhos de enfermagem nesta segunda-feira em Freetown, capital leonesa.
• Anticorpos
Pooley se recuperou do ebola após ser tratado com a droga experimental ZMapp. Ele doou amostras de seu sangue para que cientistas busquem pistas sobre como produzir uma vacina ou cura para a doença, que já deixou mais de 4,5 mil mortos (a maioria delas na Guiné, Libéria e Serra Leoa).
Na Espanha, uma enfermeira – que foi a primeira pessoa a contrair ebola fora da África Ocidental – foi examinada e seu sangue não tinha sinais do vírus depois de ela ter sido tratada com um soro que continha anticorpos de sobreviventes da doença.
Um recente estudo publicado no New England Journal of Medicine e feito com pacientes da epidemia anterior do ebola (no início dos anos 2000) identificou pessoas com imunidade de ao menos 12 anos.
No caso de Pooley, quando contraiu a doença, em agosto, ele foi levado de volta ao Reino Unido e isolado em uma unidade especial do Royal Free Hospital, em Londres. Ele foi tratado nos estágios iniciais da infecção, antes de sofrer qualquer sangramento interno ou externo.
Fonte: Saúde iG
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