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Mitos e verdades sobre o câncer de mama


11/12/2014



A luta contra o câncer de mama mobiliza muitas pessoas em todo o mundo. Apesar de ele ser é mais comum entre o público feminino, e o acesso à informação é a principal arma para a prevenção. Mas será que se pode confiar em tudo o que lemos e ouvimos?

Para desmistificar mitos e reforçar as verdades em torno da doença, o médico Guilherme Novita Garcia, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, esclarece tópicos que geralmente são muito questionados pela população.


O câncer de mama é mais comum entre as pessoas obesas.

Depende. O peso elevado pode ter influência de acordo com o estado hormonal da mulher (antes ou depois da menopausa). Isso porque, após a menopausa, existe a possibilidade de o tecido gorduroso atuar em dois hormônios, ou seja, transformando o androstenidiona – produzido na glândula suprarrenal – em estrona. E, quanto maior o nível de estrona, maior o risco de câncer de mama. Por isso, de certa forma, a perda de peso apresenta um efeito protetor. “Antes da menopausa, no entanto, a obesidade não é prejudicial e pode, inclusive, diminuir os riscos”, explica Guilherme.


A prática de exercícios físicos diminui o risco de câncer de mama.

Controverso. Trata-se de uma variável pouco estudada em relação ao risco de desenvolver essa doença. Algumas pesquisas sugerem que a prática de exercícios de quatro a sete horas por semana pode reduzir em até 20% o aparecimento de neoplasia (proliferação anormal do tecido celular que pode ocasionar o câncer) nas mamas, independentemente do estado menopausal. Entretanto, outros estudos concluíram que a ocorrência do efeito protetor varia conforme o tipo e a frequência da atividade física e de acordo com o estado menopausal da mulher, podendo, em certos casos, não existir. “Em geral, o nível de evidências e conclusões desses estudos é frágil, e a prática de exercícios físicos – assim como os fatores relacionados ao controle de peso e a dietas alimentares – deve ser orientada mais para melhorar a qualidade de vida geral das mulheres”, ressalta o médico.


O consumo de vitamina D diminui o risco de câncer de mama.

Controverso. Pesquisas sugerem que o nível elevado dessa vitamina reduz as chances de um tumor de mama se desenvolver; porém, o seu real impacto na incidência é desconhecido devido à limitação dos estudos. “Aparentemente, existe a possibilidade de redução do risco, mas algumas questões influenciadoras, como a dosagem ideal, a idade, o estado menopausal e os tipos tumorais, ainda permanecem sem definição”, salienta.

Alimentos à base de soja ou suplementos com isoflavona (substância presente na soja) diminuem o risco de câncer de mama.

Mito. Altos níveis de isoflavanoides estão associados ao baixo risco para o desenvolvimento do câncer de mama; porém, o efeito ocorre apenas para quem teve uma alimentação à base de soja desde a primeira infância. Esse estudo foi feito em mulheres que vivem em regiões rurais do Japão, em que a alimentação inclui grande quantidade de soja. “Essas populações, no entanto, também têm outros comportamentos que podem influenciar no efeito protetor, tais como a gestação em idade precoce e a maior quantidade de filhos. Portanto, fica difícil concluir qual o real impacto desse nutriente na redução do câncer”, aponta.

O uso de desodorantes e outros cosméticos nas axilas aumenta o risco de câncer de mama.

Mito. Pesquisas consistentes concluíram que o uso de cosméticos não alteram a incidência de tumores mamários, mesmo com a grande concentração de glândulas na região das axilas.


O consumo de bebidas alcoólicas aumenta o risco de câncer de mama.

Verdade. A principal hipótese da evidência é o efeito carcinogênico (que tende a produzir câncer) do álcool, mesmo com a presença de outras teorias que também sugerem interferência no metabolismo do estrogênio (hormônio feminino).

O uso de ácido acetilsalicílico e de outros anti-inflamatórios diminui o risco de câncer de mama.

Mito. Trata-se de um estudo ainda em desenvolvimento e que já relatou a diminuição da incidência em animais, mas não há até agora qualquer comprovação do benefício para seres humanos.


O consumo de chá verde diminui o risco de câncer de mama.

Mito. O chá verde é um antioxidante com efeitos benéficos na inibição da proliferação celular e está em estudo como protetor para alguns tipos de câncer, inclusive o de mama. Contudo, ainda não há comprovação científica.


Fonte: Portal Vital



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