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É seguro reutilizar garrafa plástica de água?
06/10/2015
Veja se há riscos de contaminação por bisfenol A ou se a garrafa pode abrigar colônias de bactérias
Qual foi a última vez que você lavou sua garrafinha de plástico usada para tomar água? Essa mesma, que você usa para levar à academia ou ao parque, durante um passeio com as crianças? Ou a que fica na sua bolsa ou no seu carro por semanas.
Mas é seguro reutilizar essas garrafinhas? Há muitos mitos sobre essa prática. Abaixo, listamos o que é correto e o que não faz bem.
1 - Beba água: a falta de água prejudica o metabolismo. Mantenha uma garrafinha perto de você o tempo tod
Há riscos de contaminação por compostos químicos?
Um dos mitos que circulam na internet é que as garrafas de plástico podem liberar na água componentes tóxicos para a saúde.
"Em termos gerais, não há problemas de segurança para a saúde reutilizar essas garrafas", disse Ana Trancoso, professora de Nutrição e Ciências Alimentares da Universidade de Sevilha, na Espanha, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
No entanto, há matizes interessantes nesse sentido, que convém ser analisadas.
A polêmica do BPA ou Bisfenol A
Segundo especialistas, está provado cientificamente que os recipientes de plástico duro a base de policarbonato, que contém o aditivo chamado Bisfenol A (ou BPA), podem, sim, liberar esse composto.
Um estudo feito pelo centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA concluiu que mais de 90% dos americanos trazia essa substância na urina.
Em nosso cotidiano, estamos expostos ao BPA a todo momento, já que ele é usado para fabricar recipientes, mas também latas de alimentos e bebidas, além de recibos, extratos bancários, CDs, etc.
O que acontece, segundo a professora, é que a quantidade dessa substância liberada em garrafas é tão pequena que muitos órgãos reguladores de saúde não a consideram um perigo.
Mas, como ainda estão sendo conduzidos estudos sobre o assunto, por precaução, muitos países proíbem que mamadeiras contenham Bisfenol A.
No Brasil, a Anvisa proíbe a importação e a fabricação de mamadeiras com BPA desde 2012. Para as demais aplicações, o uso do composto é liberado.
Também está comprovado que esse tipo de plástico com BPA, se submetido a altas temperaturas, acaba multiplicando a liberação do composto. Mas as garrafas de plástico flexíveis conhecidas como PET não utilizam BPA.
Risco verdadeiro: um ninho de bactérias
Os especialistas concordam sobre o fato de que o maior risco para a saúde associado à reutilização de uma garrafa plástica está no nível microbiológico.
Por um lado, seu uso repetido pode causar rachaduras ou furos no plástico. "Sua resistência foi pensada para um único uso", lembra Ana Trancoso.
E essas falhas no material são um ótimo lugar para abrigar bactérias – o que pode ser um risco para a saúde.
Por outro lado, a menos que essas garrafas sejam lavadas regularmente, seu reúso acarreta uma contaminação bacteriana, com micro-organismos vindos da nossa própria boca, das nossas mãos ou mesmo da exposição ao meio ambiente.
Um estudo de 2002 publicado na revista especializada Canadian Journal of Public Health analisou amostras de 76 garrafinhas de água usadas por estudantes do ensino primário.
Algumas delas estavam sendo utilizadas por meses sem ser lavadas. E dois terços delas tinham níveis bacterianos que excediam o limite recomendado para água potável.
Segundo a professora, devemos considerar a garrafinha como qualquer outro item de nossa cozinha, sempre a lavando depois do uso.
A Associação Nacional de Empresas de Águas Envasadas da Espanha não recomenda reutilizar as garrafas.
"Se você bebeu diretamente da garrafa e se a encheu repetidas vezes com outro tipo de líquido ou alimento, o interior desse recipiente já não mantém mais suas condições iniciais de total assepsia, podendo, inclusive, ser contaminada com micro-organismos e bactérias", disse a organização.
Assim, se você insistir em reutilizar sua garrafinha, ao menos siga essas recomendações para minimizar os riscos: antes de usá-la, garanta que não há rasgos ou furos e a lave com um detergente suave depois de usada.
Fonte: Saúde iG
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