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Portadores do vírus da hepatite C estão à espera da cura da doença
07/10/2015
Pacientes cobram medicamentos já aprovados pela Anvisa que evitam transplante
Em 2000, antes mesmo de engravidar dos seus dois filhos, a professora de yoga Andrea Pires Soria, de 44 anos, foi diagnosticada com hepatite C. Ela não sentia nenhum sintoma e só descobriu que estava com a doença quando fez um exame de sangue de rotina.
Desde então, Andrea acompanha o avanço do vírus e o controla com um hepatologista. Hoje, ela é mais uma entre tantos outros pacientes que aguardam pela chegada de novos medicamentos na rede pública para uma possível cura da doença, que pode levar ao câncer do fígado, cirrose e morte.
Três novos remédios aprovados em julho pela Anvisa e com previsão de estar disponíveis no SUS até dezembro deste ano representam uma nova esperança para quem luta contra a doença.
Isso porque as novas medicações têm um percentual de até 90% de cura, com duração de 12 semanas e efeitos colaterais quase nulos em comparação à terapia anterior, que leva 48 semanas.
Ficar esperando é desagradável. A minha expectativa, em geral, é ficar curada, conta Andrea.
De acordo com Mário Pessoa, hepatologista da Sociedade Brasileira de Hepatologia, os medicamentos antigos estimulavam o sistema imunológico do portador a lutar contra o vírus, mas não tinham ação direta. Já os novos antivirais se acoplam ao vírus e inibem a replicação e reduzem os efeitos colaterais — os mais brandos são dores de cabeça, náusea e fadiga.
Com o novo tratamento, a chance de reduzir a lista de pessoas que aguardam por um novo fígado na fila de transplantes é alta. A ideia é tratar todos os pacientes que têm fibrose avançada, diz Pessoa.
Eu espero parar a progressão da doença em mais de 90% dos pacientes, evitando assim a necessidade de transplante ou de perda, completa.
O Ministério da Saúde, informou, em nota, que como esses produtos foram incorporados no SUS em julho deste ano, a oferta está dentro do prazo previsto (180 dias para a realização do processo de aquisição e distribuição).
O órgão também anunciou ontem um novo exame para avaliar o grau de comprometimento do fígado dos pacientes com hepatite C.
Vírus age em silêncio
Doença contagiosa causada pelo vírus C (VHC), a hepatite C é silenciosa e assintomática. Um grande número de infectados não sabe ainda que contraiu o vírus. Estima-se que haja 2,6 milhões de pessoas infectadas atualmente, mas apenas 15% são diagnosticadas e dessas 300 mil, 0,5% fazem tratamento.
Fonte: Saude iG
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